Em busca de histórias para serem contadas em Jaraguá do Sul
Grupo Sapatada convoca população a muni-lo com passagens do cotidiano jaraguaense. Ideia é levar as narrativas aos palcos do município.
Publicado 29/07/2011 às 09:32:47 - Atualizado em 29/07/2011 às 10:04:27
Guardado nas prateleiras do Arquivo Histórico de Jaraguá do Sul, um amontoado de livros contendo 90 entrevistas feitas com pessoas da comunidade há cerca de dez anos foi o impulso inicial de um novo projeto. Envolvidos pelas histórias transcritas em milhares de páginas, o grupo de teatro Sapatada decidiu, simplesmente, contá-las. Mas, para isso, precisa de ajuda.
Além das narrativas encontradas no estudo, que foi feito por formandos do curso de Pedagogia da antiga Unerj, os integrantes da trupe querem resgatar outras passagens da realidade local. A ideia é convocar a comunidade a buscá-las na memória e repassá-las aos atores. Vale qualquer uma vinda de qualquer pessoa, seja engraçada ou triste, comum ou espetacular. Entretanto, precisa ser jaraguaense.
Depois, elas podem ser transformadas em texto e, consequentemente, subir ao palco junto ao Sapatada. Conforme o produtor Fábio Prates, quando as cenas do espetáculo de contação estiverem prontas, os atores Jéssica Rassweiler e Felipe Schlichting ficarão encarregados de executar dez apresentações. Todas gratuitas e em locais públicos.
Porém, antes disso, o grupo segue na procura de boas histórias como a descoberta entre os livros do arquivo municipal. Descrita pelo falecido historiador Eugênio Victor Schmöckel, em 1997, ela fala de um papagaio que só se comunicava em alemão. Por causa da proibição do idioma no Brasil ao longo da Segunda Guerra Mundial, o bicho acabou sendo preso por um guarda. A detenção teve como desculpa as repetidas vezes nas quais o animal desejou ‘Guten Morgen’, ou seja, bom dia, ao policial.
Quem se recordar de outros causos e quiser cooperar com a pesquisa pode entrar em contato com Prates pelo e-mail fabioa.prates@yahoo.com.br ou no telefone (47) 8804-6926. As sugestões devem ser entregues ao Sapatada até o início de setembro. Já as apresentações ocorrem, provavelmente, no mês de novembro. A iniciativa é financiada pelo Fundo Municipal de Cultura.
De acordo com Silvia Kita, responsável pelo Arquivo Histórico, o trabalho, intitulado ‘Memórias de Jaraguá’, possui uma significativa importância, pois dá visibilidade ao acervo. “Os nossos documentos não são parte de um arquivo morto, eles são vivos, sempre têm algo a mostrar. Não queremos apenas guardá-los, mas repassá-los”, explica.
O Sapatada existe desde 2009, quando os integrantes se conheceram em meio a aulas de teatro. Em 2010, o grupo encenou ‘Invisível a céu aberto’ e a adaptação ‘Poesia sem teto’. Há alguns meses, a companhia lotou o teatro da Scar com a peça ‘Quem casa quer casa’.
MEMÓRIA PRESERVADA
Grupo Sapatada descobriu histórias dignas de virar peça de teatro entre os documentos do acervo jaraguaense. Estudo feito há mais de dez anos e guardado no Arquivo foi o pontapé inicial do projeto ‘Memórias de Jaraguá’
Fonte:
Jornal o Correio do Povo
A Cia. Teatral Sapatada agradece a repórter Kelly Herdman e ao jornal O Correio do Povo pelo apoio ao Projeto Memórias de Jaraguá!